O Modelo Cognitivo
A terapia cognitiva baseia-se no modelo cognitivo, que levanta a hipótese de que as emoções e comportamentos das pessoas são influenciados por sua percepção dos eventos.
Não é uma situação por si só que determina o que as pessoas sentem, mas, antes, o modo como elas interpretam uma situação (Beck, 1964; Ellis, 1962).
Imagine, por exemplo, uma situação na qual várias pessoas estão lendo um texto básico sobre passar em um concurso público. Elas têm respostas emocionais bastante diferentes a essa situação com base no que está passando por suas cabeças enquanto lêem.
O leitor A pensa: “Ei, isso realmente faz sentido. Finalmente, um livro que realmente vai ensinar-me a passar em um concurso público.” O leitor A se sente moderadamente entusiasmado.
O leitor B, por outro lado, pensa: “Essa coisa é muito simplista. Isso nunca funcionará”, e se sente decepcionado.
O leitor C tem os seguintes pensamentos: “Este livro não é o que eu esperava. Que desperdício de dinheiro.” O leitor C está aborrecido.
O leitor D pensa: “Eu realmente preciso aprender tudo isso. E se eu não entender? E se eu nunca ficar bom nisso?”, e se sente ansioso.
O leitor E tem pensamentos diferentes: “Isso é simplesmente difícil demais. Eu sou tão burro! Eu jamais dominarei isso. Eu jamais conseguirei passar em um concurso público.” O leitor E se sente triste.
Então, o modo como as pessoas se sentem está associado ao modo como elas interpretam e pensam sobre uma situação. A situação em si não determina diretamente como eles sentem; sua resposta emocional é intermediada por sua percepção da situação.
O terapeuta cognitivo está particularmente interessado no nível de pensamento que opera simultaneamente com o nível mais óbvio e superficial de pensamento. Por exemplo, enquanto você está lendo este texto, você pode perceber alguns níveis no seu pensamento.
Parte da sua mente está focalizando as informações que estão no texto, ou seja, está tentando entender e integrar alguma informação factual. Em um outro nível, no entanto, você pode estar tendo alguns pensamentos avaliativos rápidos.
Esses pensamentos são denominados pensamentos automáticos e não são decorrentes de deliberação ou raciocínio.
Ao contrário, esses pensamentos parecem surgir automaticamente de repente; eles são, com frequência, bastante rápidos e breves.
Você pode estar um pouco ciente desses pensamentos; você tende muito mais a estar ciente da emoção que se segue. Consequentemente, é mais provável que você aceite não criticamente os seus pensamentos automáticos como verdadeiros.
Você pode aprender, no entanto, a identificar seus pensamentos automáticos prestando atenção às suas mudanças de afeto. Quando você percebe que está disfórico, pergunte a si mesmo: O que estava passando pela minha cabeça ainda agora?
Tendo identificado seus pensamentos automáticos, você pode, e provavelmente já o faz em alguma extensão, avaliar a validade dos seus pensamentos.
Se você verifica que a sua interpretação é errônea e você a corrige, você provavelmente descobre que o seu humor melhora.
Em termos cognitivos, quando pensamentos disfuncionais são sujeitos à reflexão racional, nossas emoções em geral mudam.
De onde os pensamentos automáticos surgem?
O que faz uma pessoa interpretar uma situação diferentemente de uma outra?
Por que a mesma pessoa pode interpretar um evento idêntico de forma diferente em um momento e em outro?
A resposta está relacionada a fenômenos cognitivos mais duradouros: Que chamamos de crenças.
Fonte: Judith S. Beck, Terapia Cognitiva paginas 29-30
Muito bom esse POST, os pensamentos disfuncionais roubam muito nossa energia e atrapalham por demais nossas atividades laborais…
Obrigado pelo comentário Telma.