Neuropsicologia
A neuropsicologia é uma área de estudos que se aproxima da medicina,
principalmente com a parte de neurologia, é uma ciência híbrida que se interliga a
diversas disciplinas, e que engloba as funções do sistema nervoso conjunturalmente
a processos psico-cognitivos e comportamentais.
Compreende-se que o ser humano pensa, emociona-se, interage, fala,
memoriza, processos quais que são invariavelmente constituídos, processados e
enviados pelo sistema nervoso.
Do mesmo modo que tais processos neuropsíquicos são elaborados no
sistema nervoso, estes influem de forma, íntegra na acomodação e
desenvolvimento das áreas tanto do sistema nervoso central como do
sistema nervoso periférico (SILVA, 2011; apud Melo Diego & Borges Mikaelly,
2019).
Com o crescimento das áreas científicas e dos avanços ocorridos na
tecnologia, novas ciências passaram a existir, criando um rol de disciplinas que
visavam explicar o mundo que nos cerca, sendo a neuropsicologia uma destas, iniciou
então do encontro de diversas outras áreas do saber, no caso específico pode-se
considerar que essa área do conhecimento surgiu da interface entre as neurociências
e as ciências do comportamento.
De acordo com Lezak (2005), a neuropsicologia emergiu do encontro da neuroanatomia, neurofisiologia, estatística, linguística e das ciências do comportamento.
Através da multidisciplinaridade, a neuropsicologia se constrói como uma disciplina de grande relevância na compreensão do comportamento humano, numa época em que, como nos assinalam Kristensen et al (2001), as grandes teorias da psicologia perdem um pouco de seu poder explicativo à medida que os avanços científicos foram conduzidos e reciprocamente conduziram a uma enorme especialização do conhecimento, provocando desse modo o interesse de muitos pesquisadores, de neurologistas a educadores, que procuram compreender o funcionamento cerebral por meio do comportamento humano.
Embora o seu campo de estudo envolva áreas como a educação e trabalho, a
neuropsicologia tem também sua atenção voltada principalmente para a área da
saúde, uma vez que a mesma começou ocupando-se das dificuldades cognitivas
ocasionadas por danos neurológicos específicos.
forma significativa para a avaliação diagnóstica interdisciplinar, de pacientes
portadores de comprometimentos neurológicos e/ou psiquiátrico em várias situações,
aumentando as suas possibilidades de atendimento clínico (MALLOY-DINIZ et al,
2010).
Para grande parte dos neuropsicólogos contemporâneos, a neuropsicologia
cognitiva transforma-se num tipo de modelo para o estudo do funcionamento
normal da cognição humana (CAGNIN, 2010; apud Melo Diego & Borges
Mikaelly, 2019).
É importante salientar que existe uma diferença significativa entre
neuropsicologia e neuropsicologia clínica: a primeira é uma disciplina básica e a
segunda é uma disciplina aplicada (QUEMADA; ECHEBURÚA, 2008).
A neuropsicologia clínica tem como preocupação maior a aplicação de conhecimentos
surgidos por meio de investigações clínicas e experimentais a problemas específicos
da relação cérebro-comportamento, identificando, mensurando e descrevendo
variações comportamentais relativas à disfunção do cérebro, investigando déficits
cognitivos e suas consequências na vida diária de pacientes com comprometimento
neurológico.
Avaliação Neuropsicológica
A avaliação neuropsicológica é um procedimento científico, embasado em
teorias psicológicas que tem como objetivo mensurar e descrever as qualidades ou o
valor dos fenômenos psicológicos, ou seja, é um processo geralmente complexo, que
tem por finalidade produzir hipóteses, ou diagnóstico, sobre uma pessoa ou um grupo.
Essas hipóteses ou diagnósticos podem estar relacionadas com o funcionamento
intelectual, características da personalidade, aptidões para desempenhar uma ou um
conjunto de atividades (ALCHIERI & CRUZ, 2014).
A neuropsicologia, por meio da avaliação psicológica, busca compreender as
manifestações cognitivas e comportamentais do indivíduo, visando contribuir para o
avanço do entendimento acerca das manifestações do ser humano.
A avaliação neuropsicológica compreende o campo do conhecimento que trata
da relação entre cognição, comportamento e atividades do sistema nervoso em condições normais e patológicas, envolvendo o estudo das manifestações
comportamentais (OLIVEIRA, 2016).
Este modelo de avaliação não só fornece importantes informações diagnósticas
e apresenta um papel fundamental, no que se refere à prevenção, sendo a
identificação precoce dos transtornos do desenvolvimento um fator fundamental para
estabelecer e estruturar rotinas de tratamentos e orientações com foco na prevenção
de dificuldades ou transtornos mais sérios em outras etapas da vida, se tornando
assim, um elemento fundamental para o diagnóstico, prognóstico e tratamento
(OLIVEIRA, 2016).